A exposição à radiação em exames de imagem sempre foi uma preocupação tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde. Gustavo Khattar de Godoy, médico radiologista, explica que embora técnicas como raios-x, tomografias e mamografias sejam essenciais para diagnósticos precisos, a radiação ionizante pode trazer riscos, como o aumento da probabilidade de câncer em exposições repetidas.
Neste artigo, exploraremos as inovações que estão reduzindo a exposição à radiação e seus impactos positivos na saúde pública.
Quais tecnologias estão reduzindo a exposição à radiação em exames de imagem?
Uma das principais inovações é a tomografia computadorizada (TC) de baixa dose, que utiliza algoritmos avançados de reconstrução de imagem para manter a qualidade diagnóstica enquanto reduz significativamente a radiação. Empresas como Siemens e GE Healthcare já desenvolveram máquinas de TC que diminuem a dose em até 80% em comparação com equipamentos tradicionais.

Outro avanço importante é a inteligência artificial (IA) aplicada à otimização de doses, destaca o Dr. Gustavo Khattar de Godoy. Sistemas de IA analisam as imagens em tempo real e ajustam automaticamente a intensidade da radiação conforme a necessidade, garantindo o mínimo necessário para um diagnóstico preciso. Essas tecnologias não só protegem os pacientes, mas também os profissionais que operam os equipamentos, reduzindo sua exposição ocupacional ao longo do tempo.
Como esses avanços impactam a saúde pública?
A redução da exposição à radiação tem um impacto direto na prevenção de doenças relacionadas à radiação ionizante, como certos tipos de câncer. Pacientes que precisam de monitoramento contínuo, como portadores de doenças crônicas ou vítimas de traumas, são os mais beneficiados, pois podem realizar exames repetidos com menor risco. Além disso, crianças — mais sensíveis aos efeitos da radiação — têm maior segurança em procedimentos diagnósticos, o que é crucial para seu desenvolvimento.
De acordo com o doutor Gustavo Khattar de Godoy, em escala populacional, a adoção dessas tecnologias pode diminuir os custos com tratamentos de doenças causadas pela radiação excessiva, aliviando os sistemas de saúde. Programas de rastreamento, como mamografias e tomografias de pulmão para fumantes, tornam-se mais seguros e acessíveis, permitindo diagnósticos precoces sem aumentar os riscos à saúde.
Quais são os desafios para a adoção dessas tecnologias?
Apesar dos benefícios, a implementação de equipamentos de baixa radiação enfrenta obstáculos, como o alto custo de aquisição e manutenção. Hospitais e clínicas, especialmente em regiões com menos recursos, podem ter dificuldade em modernizar seus parques tecnológicos. Segundo o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, a necessidade de treinamento para operar essas máquinas exige investimento em capacitação profissional, o que pode retardar sua adoção em larga escala.
Outro desafio é a resistência à mudança por parte de alguns profissionais, que podem desconfiar da eficácia das novas tecnologias. Estudos comparativos e campanhas de conscientização são essenciais para demonstrar que a redução da dose não compromete a qualidade diagnóstica. A regulamentação governamental também desempenha um papel importante, incentivando a substituição de equipamentos antigos por alternativas mais seguras.
Por fim, para o médico Gustavo Khattar de Godoy, os avanços tecnológicos na radiologia estão permitindo exames mais seguros, com menor exposição à radiação, beneficiando tanto pacientes quanto médicos. Desde tomografias de baixa dose até sistemas de IA que otimizam a emissão de radiação, essas inovações representam um salto na segurança e na eficiência diagnóstica.
Autor: Paula Souza