Um incidente envolvendo um menino negro de 7 anos em uma loja de doces na Zona Leste de São Paulo gerou indignação e viralizou nas redes sociais. O garoto foi acusado injustamente por um gerente de ter consumido um pacote de bolachas sem pagar. A mãe do menino, Giovanna Santos de Oliveira Brasil, filmou o filho negando a acusação, e o vídeo rapidamente se espalhou online.
A família, composta por pais e filho, estava na fila do caixa da loja Magic Doces quando foram abordados pelo funcionário, que alegou ter visto o menino cometendo o suposto roubo através das câmeras de segurança. No entanto, a loja posteriormente admitiu que as imagens não confirmavam a acusação. A família havia feito uma compra de mais de R$ 500 em doces para uma festa de aniversário do menino.
Giovanna, a mãe do menino, registrou uma queixa na Polícia Civil, que inicialmente classificou o caso como “calúnia”. A Secretaria da Segurança Pública informou que a investigação está em andamento e que a tipificação do crime pode ser alterada conforme novas evidências surgirem. A polícia está analisando os vídeos para esclarecer o ocorrido.
O vídeo da mãe conversando com o filho, onde ela reafirma sua confiança nele, foi amplamente compartilhado no Instagram e TikTok. Giovanna relatou que o gerente afirmou ter visto o menino comendo e escondendo o pacote vazio, mas depois se desculpou ao não encontrar as imagens. A mãe destacou que a abordagem foi racista, já que eles eram os únicos negros na fila.
O advogado da família, José Luiz de Oliveira Júnior, planeja levar o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para uma investigação mais aprofundada. Ele também considera entrar com uma ação de indenização por danos morais contra a loja, responsabilizando-a pelo comportamento do funcionário.
A Magic Doces, por meio de nota, reconheceu o erro do funcionário e afirmou que não compactua com atitudes discriminatórias. A empresa está investigando o incidente internamente e revisou as imagens de segurança, que não confirmaram a acusação.
O advogado da Magic Doces, Alexandre Aivazoglou, negou que tenha havido racismo ou acusação de roubo. Ele afirmou que a abordagem do gerente foi educada e que a empresa possui funcionários e clientes majoritariamente negros. A empresa, segundo ele, não usou as palavras corretas ao se pronunciar nas redes sociais.
O caso continua a ser investigado, e a família busca justiça e reparação pelo constrangimento e discriminação sofridos. A situação destaca a importância de combater o racismo e garantir que todos sejam tratados com respeito e dignidade.